Desorientado


 
Era mais um embriagado... De olhos famintos
Com a boca seca
De beijos e de palavras.

Era um bêbado, repleto de desejos reprimidos
Consciente
De que jamais seriam saciados.

Era um homem cheio de culpas, tentando,
Em pensamentos... Desorientado,
Livrar-se do seu passado.

Vinha de muito longe com pés e mãos
Calejados,
Sozinho na multidão caminhava.
Dentro dele, oceanos tão seus, carregava.

Quando tocou o horizonte, perdido ficou,
O seu coração
Assim afundou no desamor.
 
Era só mais um homem embriagado
de amor.
Cujo a vida inteira lhe deu porres de saudades,
Cambaleando
com peso de seus sonhos,
O caminho de volta, nunca mais ele acertou.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 17/11/2017
Reeditado em 18/11/2017
Código do texto: T6174775
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