E Se O Meu Poema Falasse?
E se o meu poema falasse?
seria isento de falácias
e imerso em paradoxos,
seria o prelúdio do verbo
e o poslúdio do monólogo,
seria a inquietação constante
do verbo metamorfosear,
seria a quietude incessante
do verbo devanear.
E se o meu poema falasse?
seria a voz solitária e incansável
a gritar na praça vazia de homens e de ideais,
seria a subversidade intensa
a perturbar com veemência os ouvidos dos tolos,
seria a voz da consciência quebrando os paradigmas
de um pós-moderno submerso em senhas e simulacros,
seria a última fagulha de esperança tardia
sobre um mundo precoce de sonhos.