CARTA ENGAVETADA

Hoje, eu estive lendo aquela carta, que se

encontrava, sob a gaveta das lembranças...

E sorri, quando li a parte em que você disse:

Que talvez um dia essa carta viesse parar, sob

a gaveta dos meus esquecidos... Ao ler essa

parte sorri ironicamente, sorri, porque eu nunca

lhes esqueci, e acredito que já mais te esquecerei!

É, eu queria que você não acertasse com essa intuição, mas ao mesmo tempo é pena que você

acertou. Sim, a carta encontra-se junto ao aperto

do meu coração, guardada sob a lembrança e acoplada aos sentimentos da saudade, e confesso...

Confesso que ali, contem o sentir do seu beijo

a marca do seu abraço e todo arfar dos seus desejos. Lendo aquela carta eu revivi as noites de luas, o

banco d'aquela praça as brisas sobre a nossa rua,

senti também, o perfume das flores do nosso jardim de amor. Ali n'aquela carta, eu revivi a sofreguidão

dos nossos corpos e o calor das juras da nossa

paixão. Ali n'aquela carta eu revivi o crepúsculo

que nos levou noite a dentro, o sorriso dos dias

e a saudações do rei sol sobre a nossa alegria.

Cada frase d'aquela carta, eu li há cada sopro... E,

Junto a outras frases, eu li... O beijo do seu adeus,

e também vi... A marcas dos seus lábios,

procurando os beijos meus.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 16/11/2017
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