BOBO
A língua do Bobo comporta dilemas,
Compõe seus problemas
No arroubo de falhas e lapsos mais caros
À página muda que a deuses avaros
À margem dos temas.
A fala sem música, esse seu dialeto
Tão baço e incompleto,
Irrita até ouvido da estátua mais bruta.
Feliz, no em redor, é quem já não escuta,
Alheio, bem quieto.
Agita seus guizos, posterga o final
Do show mais banal
Com trágico traço, e, por Bobo, ainda arrisca
'Poesia!', diz ele, que ninguém confisca...
Que fenomenal!
Não mede, não conta, não pesa, não dosa
O dano que em prosa
Rasura, num surto epiléptico ou etílico
Que tem fã no frívolo e no necrofílico.
Oh, noite horrorosa!
Aplausos, meu Deus, e quem sabe ele pára,
Cansado, tomara!
E lá vem mais número insosso na língua
Do Bobo, cabrón, que a razão jaz à míngua
De voz já bem rara.
.
A língua do Bobo comporta dilemas,
Compõe seus problemas
No arroubo de falhas e lapsos mais caros
À página muda que a deuses avaros
À margem dos temas.
A fala sem música, esse seu dialeto
Tão baço e incompleto,
Irrita até ouvido da estátua mais bruta.
Feliz, no em redor, é quem já não escuta,
Alheio, bem quieto.
Agita seus guizos, posterga o final
Do show mais banal
Com trágico traço, e, por Bobo, ainda arrisca
'Poesia!', diz ele, que ninguém confisca...
Que fenomenal!
Não mede, não conta, não pesa, não dosa
O dano que em prosa
Rasura, num surto epiléptico ou etílico
Que tem fã no frívolo e no necrofílico.
Oh, noite horrorosa!
Aplausos, meu Deus, e quem sabe ele pára,
Cansado, tomara!
E lá vem mais número insosso na língua
Do Bobo, cabrón, que a razão jaz à míngua
De voz já bem rara.
.