Entrelaçados
Estranho o tempo
passar nas maçãs
do rosto.
num estranho prisma
o mundo é uma fábrica
de sonhos e brinquedos
de papel e lata.
melodias sucedem prantos
morrem os dias no horizonte
lustram e entregam relógios
e as chaves do sol.
as palavras desfilam.
os poetas colhem
e traçam as rotas
do poesia na pele
e na alma.
soam meus versos
vestidos de azul
e carmim.
espio a transparência
de olhos esbugalhados
ao redor da mesa
onde falta o doce
e o pão.
Deus passeia
em barcos de vime
gosta de ouvir histórias
contadas por homens
e mulheres valentes.
Também abençoa
dedos entrelaçados
no ritmo das horas
vividas com arte.