Entrelaçados

Estranho o tempo

passar nas maçãs

do rosto.

num estranho prisma

o mundo é uma fábrica

de sonhos e brinquedos

de papel e lata.

melodias sucedem prantos

morrem os dias no horizonte

lustram e entregam relógios

e as chaves do sol.

as palavras desfilam.

os poetas colhem

e traçam as rotas

do poesia na pele

e na alma.

soam meus versos

vestidos de azul

e carmim.

espio a transparência

de olhos esbugalhados

ao redor da mesa

onde falta o doce

e o pão.

Deus passeia

em barcos de vime

gosta de ouvir histórias

contadas por homens

e mulheres valentes.

Também abençoa

dedos entrelaçados

no ritmo das horas

vividas com arte.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 14/11/2017
Reeditado em 14/11/2017
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