VÉU DA MINHA ALMA (…)
Minhas vestes negra,
Sobre véu desse luto da alma,
Chorar da razão,
Do medo, sem exclamação (…)
Será que existe um amanhã,
Inconformado é tempo,
Sinto que deixaste de existir,
Lembro da tua face ao vento,
Como pudeste fugir (…)
O colorir dos sentimentos,
Mas a névoa deixa-me confusa,
Paralisada, exausta,
Totalmente obtusa…
Quisera eu (…)
Vê-lo, mesmo sem tê-lo,
Ler-lhe em pensamento,
Senti-lo em qualquer momento,
Mas isso são apenas ilusões,
Descargas e febres neurais.
Sim, são tantas frustrações
Ladeadas de saudades,
Parece até loucura,
Aquela voz sussurrante ao fundo,
Contando mil verdades,
Aquele olhar dominante e faminto,
Sobre a seda da minha pele,
Que despia-me sem tocar,
O eriçar, sem beijar (…),
Mas são apenas focos,
Do véu que veste essa alma,
Pois o tempo consumiu quem tu eras
De tal maneira,
Que deixou-me apenas de luto (…)
(M&M)