"Eus"
Cabeça tonta,
Ébrio descendo ruas pelos trilhos.
O trem não passa,
Como acabar com essa dor?
Consome corpo, mente e espírito.
Já não sei onde estou,
Lugar escuro e sombrio,
Sinto pontada na cabeça,
E ouço apenas o vazio, de repente um estampido.
Vejo um corpo caído,
Cabeça sangrando ao chão.
Agonizando pela vida,
Arma de fogo na mão.
Não sei distinguir sonho ou realidade,
Em minha frente caído estava um “eu”,
Que se matou,
Desistindo da pura verdade.
Quantos “Eus” já caíram?
Hoje esquecidos estão,
Quantos terei que matar?
E me livrar do grilhão.