Noturnas
alonga-se a linha do horizonte
e árduas horas de sede e areia
nos sapatos.
os ventos do Leste
sacrificam pegadas
silentes.
nos lábios palavras amenas
levam à alma o noturno sol.
trincam os lábios
sugam retalhos
de sombra e luz.
chega o amor
no oásis nunca
sonhado.
úmidos versos
movem a boca
calada.
alucinógenos fecham
e colam as pálpebras
pesadas.
nas retinas, flores pisoteadas
e mortas no corpo que acolhe
e ao mesmo tempo fere
com espinhos e punhais.