Noturnas

alonga-se a linha do horizonte

e árduas horas de sede e areia

nos sapatos.

os ventos do Leste

sacrificam pegadas

silentes.

nos lábios palavras amenas

levam à alma o noturno sol.

trincam os lábios

sugam retalhos

de sombra e luz.

chega o amor

no oásis nunca

sonhado.

úmidos versos

movem a boca

calada.

alucinógenos fecham

e colam as pálpebras

pesadas.

nas retinas, flores pisoteadas

e mortas no corpo que acolhe

e ao mesmo tempo fere

com espinhos e punhais.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 11/11/2017
Reeditado em 15/11/2017
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