Janelas
Não porto a chave
Não me (com)porta.
De incontáveis seres e lugares
A chave desimporta.
Prefiro os contos à matemática,
embora ame as notas musicais;
Tanto quanto as janelas às portas
(E esse frequente ato de portar)
Como quem acredita no vento
No modo de chegar da chuva
Nos olhos que vêm
Na carona do tempo
Mais do que os que veem
Na cara pálida do relógio.
Talvez seja uma afinidade
Pelos que assim se dizem
No canto das miudezas
Imprevistas e acontecentes
Que (a)guardam o instante.