O teu retrato
O teu retrato
Ainda guardo o teu retrato
O tempo amarelou a tua imagem
Também pudera era em preto e branco
Que você tirou no jardim da catedral
Alimentando as pombas e pardais
A moldura quebrou, mas o que importa?
Bons tempos, o tempo em que
Um singelo ato de brincar com pássaros
Criou no teu rosto de moça simples
Um sorriso feliz, posto espontâneo
Que me deixou apaixonado por você
Ainda guardo o teu retrato
É a forma de ter você por perto
De beijar-lhe o rosto, dizer o quanto a amo
Sussurrando baixo, bem baixinho
No quarto quase escuro
Por que paredes tem ouvido
Que escutam além dos muros
Ainda guardo o teu retrato
Que roubei do fotografo lambe-lambe
Não sei o teu nome
Nem quem és tampouco
Se alguém descobrir esse meu amor
Dirá que sou inocente ou louco