ALÉM DA DOR


Resquícios de neblina, um dia tímido
  Que pesa, desdenhoso,
E distância intangível pelos bosques
E além — caminhos que darão ali,
        Ah, cedo ou tarde.

Dois vultos que se abraçam desolados
  Ao centro, o luto os une
Em negros tons que as dobras dos vestidos
Nem tentam disfarçar.Não há consolo
        Na despedida.

A terra está feliz com seus presentes,
  Objetos que sustenta,
Objetos que devora com presteza.
Coroas, pinho trabalhado...pouco,
        O suficiente.

Um não caber em si que mal bastasse
  À expectativa cruel
Deforma percepções — há brancas mãos
Perdidas como insuportável grito
        Que não partiu.

As árvores suspeitas sob um véu
  De lágrimas ou cinza
Julgam tudo, evasivas, reticentes
No confortável sítio austero
        Dos que mais duram.

Um mundo na manhã fora de foco
  Além desse lugar
Terrível quer seguir, oh, sempre adiante!
Alheio a dor — sussurra seus critérios
        Qual brisa vil.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 10/11/2017
Código do texto: T6167837
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