Maldito sejas ...

És aquele que tudo entristece

me faz mendiga , cacos , estilhaços

a rastejar nas sombras da agonia

a margem fria da linha sem fim .

Sou a passageira das frases vazias

humilhada nas curvas da vida

sem destino nas retas da tua poesia

mar morto sem marés nem ondas largas.

Aquela que o sol não mais aquece

perdida em estradas de espinhos

nas lágrimas dos galhos nús

onde as primaveras sangram

vestindo a alma de inverno .

Maldito sejas por tantos destroços

pelo apagar minhas estrelas

não deixando a lua mais crescer

nem o por do sol nascer rubro

matando as chamas que ardiam em mim

Hoje nada mais sou que restos

de letras mortas ,

palavras cegas em folhas secas .

*

21/08/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 21/08/2007
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