Maldito sejas ...
És aquele que tudo entristece
me faz mendiga , cacos , estilhaços
a rastejar nas sombras da agonia
a margem fria da linha sem fim .
Sou a passageira das frases vazias
humilhada nas curvas da vida
sem destino nas retas da tua poesia
mar morto sem marés nem ondas largas.
Aquela que o sol não mais aquece
perdida em estradas de espinhos
nas lágrimas dos galhos nús
onde as primaveras sangram
vestindo a alma de inverno .
Maldito sejas por tantos destroços
pelo apagar minhas estrelas
não deixando a lua mais crescer
nem o por do sol nascer rubro
matando as chamas que ardiam em mim
Hoje nada mais sou que restos
de letras mortas ,
palavras cegas em folhas secas .
*
21/08/07