RESTOS

Borboletas sem asas não voam.
Vão ao chão. Perdem as cores
e o brilho
que, antes, tinham. 
Também, assim, os meus sonhos
que, um dia,
esperançada,
eu sonhei toda animada,
foram ao chão sem remédio.
Restou somente amargura.
Somente amargura
e o tédio.