HANA CATERYNA MORGAN
Fantasmas
pessoas nuas na igreja
demônios voando na cegueira do tempo.
O que eu sou?
Sou um breve segundo perdido na lama
O que me falta exaltar nas trevas?
Fantasmas de velhos surdos
não encontro amor fora de ti ó
reflexo do vazio.
Fantasmas
danças de prostitutas no altar
isolamento no vendaval que traspassa o espírito
Quando vou sarar da doença chamada solidão?
Ó pecado que me consome?
Ó nudez da princesa de mármore?
Ó pesadelo da terra que atravessa-me
Tu entende? Tu quer saber mesmo? Tu quer ver a selvageria?
Morte do amor...
Morte do belo...
Morte tua na desgraça dum jardim infernal.
Fantasmas
você se sente bem? Você fez sexo hoje? Você descobriu a felicidade?
Não existe deuses...
Não existe verdade no mundo dos hipócritas?
Você fez caridade, mas não chorou o suficiente?
Você ainda sente na pele o chamuscar do fogo ardiloso...
Fantasma...
Danças e canções de sapos sacerdotes...
Ó como ousa ouvir o som do mar? E nisso
tu descobre as entradas do Paraíso....
As portas de jaspe de Shambalah...
As pérolas do mundo dos anjos...
Há pobres mendigando no umbral de almas sem luz?
Dádiva de cada aurora chamada em nós maldita?
Ó vislumbre do invisível?
Tu sabe o que é o bem? Tu sabe o que é o sangue? Tu sabe se existe no tocante das lendas os terrores do inferno?
Veja você é tudo isto aqui...
Não crer? Não supõe? Não divaga? Não sonha?
Veja! Você é o tomo da história e para sempre se descobrirá,
és teu próprio equinócio de mentiras
no tangente de luar e sol e sol e dias. Veja! o nascer de Apolo nu
com mil donzelas virgens embriagadas com mel mitológico...
É tua vingança?
É tua fadiga viril... Depois do tesão sagrado. Não amém!