O Papel Que Devassa!

Tateando a noite, feito dedilhado, nuvens,

Apenas dobras são tocadas, vaga lençóis,

Da cor do espelho, apenas lembranças,

Faz tanto tempo assim... Parece que sim,

Daquele primeiro beijo no canto da boca,

Aproximando ainda o que eram apenas olhares,

Ah! Isso já foi contado... Sim, em algum lado,

O sentir das mãos sobre o rosto, o teu rosto,

Tantas carícias pelos cabelos, pescoço, seios...

Do vislumbre, rir do tempo escasso disposto,

Cada toque, cada beijo, todo o calor da pele,

Vagueia lembranças, vagueia, o riso permanece,

O canto escuro, desejos em alvoroços, ato,

Hiato para o próximo beijo, primeiros gozos,

A correria da hora, nada a lamentar,

O espaço que ocuparia se mais tempo houvesse,

Qual luz esperamos que seja acesa,

Se para bem fosse, tudo recomeçar...

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 21/08/2007
Reeditado em 08/11/2007
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