Decifra-me
Lá fora
no não tempo
do sem tempo
já não há tempo
de ir embora.
Tudo o que é,
tudo o que foi,
tudo o que será,
será, foi, e é
no agora.
Tudo o que
já não sei de mim
já não hei
de sê-lo mais.
Todo cuidado
é pouco
com o tempo
que passa
e devora cada hora
ou demora na falta
de alguma graça,
naquilo que a vida
tem de mais feio
ou de desgraça.
Mas ainda bem
que tudo passa
no passar do tempo
que tudo devora:
o antes,
o depois,
o sempre,
o nunca,
o agora...
(06/11/2017b – 15:11)