Decifra-me

Lá fora

no não tempo

do sem tempo

já não há tempo

de ir embora.

Tudo o que é,

tudo o que foi,

tudo o que será,

será, foi, e é

no agora.

Tudo o que

já não sei de mim

já não hei

de sê-lo mais.

Todo cuidado

é pouco

com o tempo

que passa

e devora cada hora

ou demora na falta

de alguma graça,

naquilo que a vida

tem de mais feio

ou de desgraça.

Mas ainda bem

que tudo passa

no passar do tempo

que tudo devora:

o antes,

o depois,

o sempre,

o nunca,

o agora...

(06/11/2017b – 15:11)

Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 07/11/2017
Reeditado em 06/02/2021
Código do texto: T6165027
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