MAIS REFLEXÕES SOBRE A BREVIDADE DA VIDA (in: Musas Avulsas)

Fitavam-me timidamente

Dois olhos amendoados,

Tão lindos!

E eu os fitava de volta,

Sem saber exatamente

Como ou o que lhe falar.

Bastaram-me os muitos abraços,

Sorrisos

E bochechas coradas.

Eu poderia ficar para sempre

Naquele abraço acalentador,

Sentindo o tão puro

E pulsante coração daquela criança,

Sem nunca me cansar!

Será ela Ana Helena reencarnada?

A filha que nunca tive

Em outro corpo?

Terá a camponesinha finalmente uma irmã?

Continuo a fitar em teu rosto

As belas amêndoas,

Amando-as.