MEU AMOR É ASSIM!
Meu amor não tem sempre a porta aberta
É vidraça estilhaçada que corta e dói.
Meu amor não tem palavras doces
É mais de falo que de canção,
Mais de carne que de coração.
Meu amor não tem promessas
Nega o milagre, nega o perdão.
Meu amor tem pouca sutileza, delicadeza
É mais tesão.
Meu amor me embriaga
Mas é um trago amargo, desilusão.
Meu amor sabe que o oásis é miragem
Mas segue, peregrino sob o sol
Solitário e caminhante.
Meu amor fareja o fim
Mas como abutre se alimenta das vísceras
Da sua própria morte.
Meu amor é semente jogada
Na terra estéril
Não vinga e sem florescer, padece.
Esse meu amor que já não sonha
Vive da materialidade da sua falta.