Chegança
Chega o tempo onde nada é concreto
milenares futuros estagnados
nessa não-hora onde tudo é tão quieto
Chega o canto de acordes rasgados
quartetos envoltos em cordas
de amarrar navios soterrados
Chega o instante que não se via
e se avia o arco da madrugada
atento ao silêncio da cotovia
Chega enfim o corpo de não-estar
na aura dessa alma irrestrita
forjada na pira infinda do meu olhar
Claudia Gadini
20.08.07