Chegança

Chega o tempo onde nada é concreto

milenares futuros estagnados

nessa não-hora onde tudo é tão quieto

Chega o canto de acordes rasgados

quartetos envoltos em cordas

de amarrar navios soterrados

Chega o instante que não se via

e se avia o arco da madrugada

atento ao silêncio da cotovia

Chega enfim o corpo de não-estar

na aura dessa alma irrestrita

forjada na pira infinda do meu olhar

Claudia Gadini

20.08.07

Claudia Gadini
Enviado por Claudia Gadini em 20/08/2007
Reeditado em 18/03/2020
Código do texto: T616368
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