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E x p a n s õ e s
Autor: - Paul Géraldy
Eu gosto gosto de você!
Compreende? Eu tenho por você uma doidice...
Falo, falo nem sei o quê, mas gosto, gosto de você.
Você ouviu bem isso que eu disse?
Você ri? Eu pareço um louco?
Mas que fazer para explicar isso direito,
para que você sinta?... O que eu digo é tão ôco!
Eu procuro, procuro um jeito...
* Não é exato que o beijo só pode bastar.
Qualquer coisa que me afoga, entre soluços e ais,
é preciso exprimir, traduzir, explicar.
Ninguém sente senão o que soube falar.
Vive-se de palavras, nada mais.
Mas é preciso que eu consiga essas palavras, e que eu diga,
e você saiba... Mas, o quê?
Se eu soubesse falar como um poeta que sente,
- Diria eu mais do que
* quando tomo entre as mãos essa cabeça linda
e cem, mil vezes, loucamente,
digo e repito e torno a repetir ainda:
Voce! Voce! Voce! Voce!...
Paul Géraldy - Eu e você 1912
Poeta francês.
Tradução: Guilherme de Almeida