Pensamentos contínuos de uma vida monocrômica
Fico pensando em tudo que perdi.
Acho até que só as vezes eu vivi.
Parece que fico preso no passado
e o presente torna-se algo abstrato.
Penso logo existo,
mas se existo, também vivo?
Pensar por pensar não vai resolver
as nuvens que pesam meu céu
e fazem ele chover.
Carros, prédios, cotidiano.
Velocidade, espaço, tempo.
Andei na cidade me perdi,
procurei caminhos me encontrei.
Cidade abstrata, coração de concreto.
Gaiolas mentais prendendo a vida.
O futuro é um abismo onírico.
O tempo voa,
a gente gaiola
e a vida passarinho.