ANSEIOS

ANSEIOS

Os anseios são as piramides,

as pirâmides dos seus anseios.

Consomem o imenso contorno q consome

o contorno dos corpos q sangram e consomem.

A sangria na praca sem árvores,

as árvores que nada perguntam sobre a sangria ,

 as perguntas do tronco a raiz

  A raiz  dos desfavorecidos, os desfavorecidos  surdos e mudos.

Os mudos q ouvem a voz.

A voz fora da voz, a voz jovem sem cara.

A cara de poucos amigos, os amigos  sem ideais.

 Abutres no Alto da estátua, a estatua do criador da cidade.

A cidade esta um  inferno, o inferno  despedaça os infelizes.

A soberba e a luxúria dos poetas,

os poetas do plenário inflamado,

 a flama grita nas tribunas.

 As tribunas a procura da Honra,

a honra baila nua, nua sobre o poste da bandeira.

A bandeira como homem só,

a solidão  do estudante sem livros,

os livros esquecidos nos botequins,

os botequins de homens em farrapos.

O farrapo da donzela que anda,

anda entre as rodas dos caminhões,

os caminhões perdidos na estrada.

As estradas como fantasma q assusta,

o susto da pequena órfã, a órfã e o seu pavor.

O pavor em sua rede tosca,

a tosca igrejinha q chora.

O choro como destino,

 o destino como enforcado,

o enforcado  angustiado.

O angustiado como rato,

os ratos nos bueiros da cidade,

 a cidade entre a fome e a miséria.

A miséria  é  a cara do povo.

O povo q contorce seus corpos,

músculos apodrecidos,

flutuam cadáveres,

cadáveres na avenida Brasil.S.ol

Crisol
Enviado por Crisol em 02/11/2017
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