Morte, seja bem-vinda,
Porque não me levaste ainda?
Prefiro morrer à tua sorte
Do que saber-me morto em vida.
Deste-me o prematuro câncer
Para não me esquecer que existes,
Então, para onde olham
Esses teus olhos tristes?
Tive a sorte do amor perfeito,
Ainda que desfeito em feto
No ventre desconhecido.
O tempo me trouxe flores
De jardins que nunca pisei,
Hoje as flores do meu coração
Cobrirão o meu caixão.
Dá-me adora o riso
Do teu humor encardido,
Será meu último improviso
Na mentira de ter vivido.
Porque não me levaste ainda?
Prefiro morrer à tua sorte
Do que saber-me morto em vida.
Deste-me o prematuro câncer
Para não me esquecer que existes,
Então, para onde olham
Esses teus olhos tristes?
Tive a sorte do amor perfeito,
Ainda que desfeito em feto
No ventre desconhecido.
O tempo me trouxe flores
De jardins que nunca pisei,
Hoje as flores do meu coração
Cobrirão o meu caixão.
Dá-me adora o riso
Do teu humor encardido,
Será meu último improviso
Na mentira de ter vivido.
Mário Sérgio de Souza Andrade – 01/11/2017