Morte, seja bem-vinda,
Porque não me levaste ainda?
Prefiro morrer à tua sorte
Do que saber-me morto em vida.
 
Deste-me o prematuro câncer
Para não me esquecer que existes,
Então, para onde olham
Esses teus olhos tristes?
 
Tive a sorte do amor perfeito,
Ainda que desfeito em feto
No ventre desconhecido.
 
O tempo me trouxe flores
De jardins que nunca pisei,
Hoje as flores do meu coração
Cobrirão o meu caixão.
 
Dá-me adora o riso
Do teu humor encardido,
Será meu último improviso
Na mentira de ter vivido.
 
 
Mário Sérgio de Souza Andrade – 01/11/2017
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 02/11/2017
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