Versos (RE)Finados
 
Todos os meus cancros poéticos são feitos em casa,
Rimas são defeitos, os versos selvagens imperfeitos,
Rompem através das palavras os órgãos e músculos,
Os temas são o acaso do ocaso, deveres ou direitos.
 
Artesanato de palavras vivas pulsam pela pele rasa,
Ritmadas estrofes, condenados códigos despejados,
No plano do testemunho covarde e inerte do papel,
Descarrilamentos cognitivos nos sentidos revirados.
 
E sendo assim, no tempo sangrando entre os dedos,
O poema se atreve viver comendo pedaços de chão,
Revolvendo entulhos da alma, escombros ou medos,
O ciclo retorna ao grau zero, sem lirismo, sem razão.
 

 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 01/11/2017
Código do texto: T6159611
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