ABORTO DO AÇÚCAR

Tenho a alma velha

Cheia de cansaços

Que não se atêm

A idade que pertenço.

Sou um fruto contrário

Que passou do ponto

Enquanto ainda verde.

Fui um aborto do tempo,

Sem açúcar ou paciência

Nas mãos do amadurecimento.

Inversamente ao doce,

Azedei indevidamente.

Quando era para eu ter

Belas cores, escureci e caí.