MERETRIZ DA GUAICURUS.

Quem ousará

desflechar seu verbos

imundos,

sobre a meretriz da rua

Guaicurus,

quem desviará o caminho

para fugir do seu corpo

demoníaco.

a noite colocou-a sobre

o frio concreto da sarjeta,

lá está ela sem sentidos,

os cabelos desgrenhados

sobre o rosto pálido,

suas curtas vestes expondo

o templo santo do fugaz prazer.

Quem a estenderá as mãos

para recompor sua dignidade,

quem a benzerá com a mão

canhota?

Os religiosos com suas vestes

santas,

que passaram a noite fornicando

em fantasias,

Ou o pastor que segue ao

templo com sua bíblia

sobre o braço,

ele que despe

com os olhos as fieis,

o padre que se perde em

devaneios.

Quem terá a coragem de chegar

a ela e limpar as marcas da noite

visíveis no teu rosto,

e quem usará seu tempo

para devolvê-la a vida?

Enquanto o dia se adianta,

os donos da moralidade

se desfilam ,

e a meretriz vara o dia na inércia

de uma noite de pecado,

Mas quem o julgará

melhor que ela?

Várias são os olhos que

a olharam,

poucas serão as mãos

que á estenderá,

mas

o silêncio, dono de cada um,

dirá,

que a vida é só um sopro,

e o verdadeiro valor ,

está sob os olhos de Deus.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 29/10/2017
Reeditado em 30/10/2017
Código do texto: T6156486
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