Retorno ao inferno congelado
O poeta retorna mais uma vêz,
para enxergar o que não havia visto
neste inferno congelado.
Vê por entre imensos blocos de gelo,
o coração vermelho de sua amada.
Lembra que não é dela a maior prisão,
e sim a sua, por não domar o desejo.
Aqui não há primavera.
Aqui, há apenas palavra atirada de qualquer jeito.
Enquanto lá longe, onde o mundo quase acaba,
vai morrendo aos poucos o cisne cantor.