Retorno ao inferno congelado

O poeta retorna mais uma vêz,

para enxergar o que não havia visto

neste inferno congelado.

Vê por entre imensos blocos de gelo,

o coração vermelho de sua amada.

Lembra que não é dela a maior prisão,

e sim a sua, por não domar o desejo.

Aqui não há primavera.

Aqui, há apenas palavra atirada de qualquer jeito.

Enquanto lá longe, onde o mundo quase acaba,

vai morrendo aos poucos o cisne cantor.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 20/08/2007
Código do texto: T615586