O convívio dos cegos de vida**

"Todo dia ela passa, vende seu cafezinho nas portas dos refrigeres das cavernas dos templos de inutilidade à alma; vai sugando a sobrevivência do dia-a-dia em pequenas doses que aprendi a beber calado..." (Kal Angelus)

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Minha outra alma vende dose de cafezinho

Dia-a-dia vai esburacando a terra em rotina

Enquanto esta não lhe bebe de uma só dose;

Minha outra mesma alma bebe cafezinho

Nos refrigeres das cavernas de consumo frio

Enquanto outra cova lhe aguarda no cio;

A minha face de uma só alma e sorte

Se divide entre a dose e a mesa farta

Dos convívios, guloseimas e certa morte;

Entre o falsete da minha dose e o outro lado

Vivemos o paradoxo dos cegos de vida:

Sobreviver sorrindo, enterrar-se calado...!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 20/08/2007
Reeditado em 18/10/2012
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