DESVÃOS

DESVÃOS

As mãos ali estão

Repletas de articulações

Mas não agarram sonhos

Que fogem entre dedos

Sumindo em ares de distopia

Matando utopias

Joões e Marias

Encalacrados em misérias

Escondidos em artérias

Pobres de sangue

Cinzas sem azuis

Nem nuvens brancas

Nem lenços alvos

Alvos são seus corpos e mentes

Esquecidos em terra

A caminho de céus

Sem brigadeiros

Apenas pó mau cheiroso

De morte vivida

Ainda em vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 28/10/2017
Reeditado em 28/10/2017
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