A nova Era da vida de gado***

Em toda manhã,

O vento amanhece no asfalto:

Enquanto rostos retocam maquiagem

Dos descasos de sonhos guardados;

Em toda praça,

Entre desafinos e descompassos:

Fantasmas descansam disfarçados

Fugindo da nova vida de gado...!

Em cada rua,

Com glórias e trapaças:

Ratos compram ratoeiras

Hodiernas ambulantes perfumadas...!

Em cada calçada,

Vazia já sem almas:

Apenas espectros e ossos cansados

Nos novos currais eletrônicos de gado...!

Ao final desfecho tarde,

Vento adormece nas árvores:

Esperam palavras chorosas passadas

Nas vestes de um poeta cansado;

Na brisa de cada noite,

Vento brinca na soleira vazia:

Gatos limpam resíduos guardados

Das sobras de vidas passadas;

....................................................................

Na calmaria passageira da tempestuosidade

Todo vento cansado de brisa mansa

Revolve enxurrada da ventania guardada

Sentindo falta da brisa da impetuosidade.

E novamente amanhã,

Entre as cercas dos currais do tempo:

Ratos

Gatos

Gados....

Brincarão de sobreviver lado a lado.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 20/08/2007
Reeditado em 31/10/2012
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