ABORTO
Clareira na mata,
ganância dos coronéis,
natureza esperando
a reação dos cordéis.
que vem da viola
que nunca se cala
sempre empunhada
pelos menestréis.
Grito que alerta,
chamando a atenção,
a fauna e a flora
a pedir compaixão,
o homem que explora
e só enxerga o cifrão,
cofre abarrotado
sem calos na mão.
Silêncio que aborta
nosso respirar
fechando a porta
restringindo o ar,
pintura sem vida,
natureza morta,
e tudo que importa
é multiplicar.
Saulo Campos - Itabira MG