CEREJAS MADURAS.

Dos vocábulos

faço meu mundo,

tão fecundo espaço,

enrolo a língua e aqueço

o verbo,

depois me sacio na

leitura dos meus

próprios versos,

olho da janela,

lá fora

a noite me amanhece,

a mão da vida me acena,

e as varias bocas do mundo

me bebem,

sou um liquido qualquer

na taça,

um elemento volátil,

e uma emoção fugaz,

eu, na varanda da ilusão,

enquanto lá no fundo

no rádio de pilha,

uma musica toca,

e me penetra a alma,

resvalo no homem bruto

que nasceu para enfrentar

o mundo,

me aninho no parapeito

de cedro,

e enquanto os vocábulos

despencam,

como chuva de inspiração,

vou me construindo

um tanto madrigal,

não sou de tudo bom

para inventos delicados,

mas, confesso esta noite

me pegou de um jeito

só dela,

me apertou,e me pôs

a pensar,

ah, e os tais vocábulos,

são como cerejas maduras,

que a noite mandou

para me saciar.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 26/10/2017
Código do texto: T6154076
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.