Na hora profana
Quero sair por aí quando a hora
profana vestir a minha sombra.
Tudo me parece sem medidas
no momento daquilo que sou.
Quero conhecer-me.
Xô, dependência de afetos!
Longe estou dos discursos
e da proporção das coisas.
Sou lerdo e calmo demais.
Quero ter no caminho
o passo dos tigres, as
garras das panteras,
os dentes dos leões.
Ouça uma canção na despedida
e na porta palavras iluminadas
cortadas dos poemas de amor.