Na hora profana

Quero sair por aí quando a hora

profana vestir a minha sombra.

Tudo me parece sem medidas

no momento daquilo que sou.

Quero conhecer-me.

Xô, dependência de afetos!

Longe estou dos discursos

e da proporção das coisas.

Sou lerdo e calmo demais.

Quero ter no caminho

o passo dos tigres, as

garras das panteras,

os dentes dos leões.

Ouça uma canção na despedida

e na porta palavras iluminadas

cortadas dos poemas de amor.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 26/10/2017
Reeditado em 28/10/2017
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