O SABIÁ NAS JANELAS
Acadêmico: Geraldo Altoé
Patrono: Narciso Araújo
Cadeira 83
O SABIÁ NAS JANELAS
Queria eu morar lá na floresta
E ouvir o sabiá, em meio a orquestra,
No doce amanhecer cantarolar.
E às noites ver a lua na parede
Descer seu clarear, tocar a rede,
E eu ali silente a matutar.
E ouvir uma cascata murmurante,
Lembrar do meu amor que está distante,
E o pranto ver nos olhos deslizar...
Mas cá entre essas pedras da cidade
Até o sabiá nos faz maldade
Ao gorjear no pé de um flamboaiã,
Aqui não há poesia, e o simples canto
De um pássaro canoro causa espanto,
Aqui não há entardecer, não tem manhã...
Serra, 24/10/2017
Geraldo Altoé