CONFISSÕES DE UM POETA.

Pare! Deixe-me ir,

o momento me insulta,

quer de mim a resposta

mais curta,

se abre os ouvidos

para me esperar,

e sem me respeitar

me interroga,

o que queres para

estarmos no litoral,

alisando os poemas

que as águas nos

traz?

E aportando em águas

azuis

como sereia,

tomando o sorriso

dos manguezais,

disse-me: Dê-me tudo,

as montanhas dobradas,

o jeito mineiro,

as cantigas e os uais ,

dê-me flora e fauna,

o folclore, e enfim,

dê-me a graça do riso

acanhado de cada

mineiro,

dê-me esse desejo

absoluto de se libertar.

pensou, pensou, enfim me disse:

Vai ou ficai?

E assim respondi, não fico!

O ato de ficar não me agrada,

sou poeta e não tenho

paradeiro,

prefiro morrer por inteiro

no espinheiro simbólico

de amar.

Ela então se jogou nas águas,

me deu a ultima olhada

antes de se perder no mar,

Então eu não disse nada,

botei meus pés na estrada,

e vim num poema morar.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 23/10/2017
Código do texto: T6150956
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