CONFISSÕES DE UM POETA.
Pare! Deixe-me ir,
o momento me insulta,
quer de mim a resposta
mais curta,
se abre os ouvidos
para me esperar,
e sem me respeitar
me interroga,
o que queres para
estarmos no litoral,
alisando os poemas
que as águas nos
traz?
E aportando em águas
azuis
como sereia,
tomando o sorriso
dos manguezais,
disse-me: Dê-me tudo,
as montanhas dobradas,
o jeito mineiro,
as cantigas e os uais ,
dê-me flora e fauna,
o folclore, e enfim,
dê-me a graça do riso
acanhado de cada
mineiro,
dê-me esse desejo
absoluto de se libertar.
pensou, pensou, enfim me disse:
Vai ou ficai?
E assim respondi, não fico!
O ato de ficar não me agrada,
sou poeta e não tenho
paradeiro,
prefiro morrer por inteiro
no espinheiro simbólico
de amar.
Ela então se jogou nas águas,
me deu a ultima olhada
antes de se perder no mar,
Então eu não disse nada,
botei meus pés na estrada,
e vim num poema morar.