O peregrino

Quando içaram a âncora

o grande barco se libertara

dos parcos passos,

de quando prisioneiro,

flertou com a estrela guia

desmistificando a deriva

e saíra em busca

não de todos os portos

nem de todas namoradas

queria dobrar o horizonte

aquele até onde o olhar alcança

e partir dali adiante

querendo ganhar o hábito

de desconhecer novos costumes

de não deixar rastros em outros lugares

pegadas que confundam detetives

dúbia rota não anunciada

tal peregrino solitário

que abandona o bando e o rumo...

planejados

plagas sem endereço

também não mandaria notícias

nem postais

não seria remetente

de nada que desse pistas

desobedeceria faróis de alhures

soltaria garrafas lacradas

portadora de mapas sem X

a indicar onde estivera

só contando que tem andado

navegar até entrar em órbita

como nave planetária

e do alto do oceano

conversar com o íntimo mundo

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 23/10/2017
Reeditado em 23/10/2017
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