O peregrino
Quando içaram a âncora
o grande barco se libertara
dos parcos passos,
de quando prisioneiro,
flertou com a estrela guia
desmistificando a deriva
e saíra em busca
não de todos os portos
nem de todas namoradas
queria dobrar o horizonte
aquele até onde o olhar alcança
e partir dali adiante
querendo ganhar o hábito
de desconhecer novos costumes
de não deixar rastros em outros lugares
pegadas que confundam detetives
dúbia rota não anunciada
tal peregrino solitário
que abandona o bando e o rumo...
planejados
plagas sem endereço
também não mandaria notícias
nem postais
não seria remetente
de nada que desse pistas
desobedeceria faróis de alhures
soltaria garrafas lacradas
portadora de mapas sem X
a indicar onde estivera
só contando que tem andado
navegar até entrar em órbita
como nave planetária
e do alto do oceano
conversar com o íntimo mundo