FILÍTICO ANIMAL
Aqui nessa pista lisa eu passos em passadas,
movidas, a tons, e em poses demarcada por
clavas... Clavas que demarcam a marca e a
dança que encanta a semântica de um corpo
em rodopio no interior do salão.
Pelo cântico, pela mímica, pela pancada
rítmica... Pelo espaço do quadrado e pelo
compasso rápido do arfado cárdico,
ritmado ao 'tíc-tcác' do atiçado coração.
Aqui nessa pista lisa, se desliza em escorrego
o aconchego de tudo que na vida eu vejo,
pela ótica vesga do meu desejo... Tudo quem
em remelexo eu percebo pelo eixo da brisa
choça, e pelo suporte inesgotável da velha roça.
Aqui nessa pista lisa, aonde a brisa do cheiro
vicioso, expõe o gosto gostoso de um corpo
em transe sexual, eu vejo o tempo, envolvido
no momento bento, eu vejo a timidez envolta
ao ponto que demarca o rascunho de uma vida
primitiva e de fictício animal.
Antonio Montes