O CÉU DA BOCA
Na minha ingênua imaginação,
Você está sempre lá no seu cantinho predileto,
Bem quietinha, pés descalços,
Sentindo o chão,
Uma leve brisa esvoaça seus negros cabelos de alazão,
Parece fitar um horizonte perdido,
Não vê o mundo passar e nem se importar.
O que o amanhã lhe reservará?...
Apenas sou eu em teus puros pensamentos,
E o nosso mundo tão pequeno, só nós dois,
Se resume apenas em um céu minúsculo,
Quando nossas bocas salivadas se tocam,
Alcançam hipnotizados o céu,
Pelos pecaminosos desejos ocultos,
Que nos afogam em mares nunca antes navegados,
E assim inebriados de amor,
Nossas sedentas bocas em êxtase compartilham,
O pequeno e aconchegante céu de nossas bocas.