Mudança
A luz apagada há anos
Desde o meu nascimento
Um trajeto sem nexo
Passos curtos sem rumo
Andando por estreitos e largos trilhos
Sucumbido aos extremos
Longínquo ao verdadeiro sentido
Remoto ao não enxergar
Ao não perceber
Baldado em si
Escusado entre pessoas - indispensáveis
Sincero e manipulador
Controverso ao amor
Repúdio da vida
Por feridas das mais sofridas
Alicerce de colunas frágeis
Estrutura tênue
Caça ao tesouro sem valor
Alucinações reais de dor
Perseguições ilusórias de pudor
Largado a vazia e putrefacta consciência
Perpétuo ao traumatismo criado por mim
Ancorado ao achismo
Sem estribeira e sozinho
Prejudicado e isolado
Corroído de tudo e todos
Só esperando o mortório...
Naquele negrume
Rondado por espíritos imundos
Desesperanças contínuas
Me confortavam
Me regavam com água ácida
Quando não mais respirava
Mas uma luz desceu feito flecha
Lá de cima essa cintilância veio me dar ar
Abrindo novos ares
Me purificando das impurezas
Me sanando de tudo e de todos
O vergel que antes era sem vida
Hoje em dia nasce flor
De orquídeas, florescem
De beija-flores, passeiam
Cantilenas se ouvem
E amar, eu aprendi
Um novo rumo nasceu
E matizadas sensações brotam a cada dia
Me acendem onde as trevas me oprimiam.
Deus me deu a mão
Quando todos deram de ombros
Deus me ajudou
Quando não mais cria em minha vida...
Gratidão!