DIA MORTO

Você já observou, o quanto é rápido

um 'tic-tac' de um dia morto, sob

a pirâmide de ossos velhos e frio...

O quanto as xícaras e colheres tremem em

mãos enrugadas pelo decorrer do tempo!

Os rascunhos de mãos que jovens,

aprenderam a escrever mas, entediadas

pelo peso da idade, só sabem rabiscar!..

Interno de um dia morto, as horas da idade,

perambulam sem valor e arfam sob os braços

do momento o qual agora, compridamente,

em outro tempo, era curto e pouco.

Esse momento, esse tempo... Hoje longo!

Faz questão de ressaltar para o seu fôlego...

Que, pesado e curto, Esse curto tempo!

Que tritura os segundos e joga o bagaço nos

desavisados e azedos sentimentos.

Sob o espaço de um dia morto...

Os olhares no retrato fixado na moldura da sua

sala, nevoam sobre o alto e se perde no labirinto

da saudade permeada pela juventude e esquecida

no ápice de uma jovem vida. Sob espaço de um

dia morto as passadas passam apressadas,

os passos cogitam os quadrados agitados...

De cá de lá, de um lado para o outro... E os

ouvidos saltam e gritam, com o 'tic-tac'

de um dia morto.

Quando tudo não se dão conta de afronta...

A tarde chega com sua brisa de bronca e a noite,

desfalece sobre o travesseiro, cochilando... Babando

sua vertigem, e em sonhos abstrato... Fart e ronca.

Não se avexe com seu dia, ele lhes trará outro dia

e no outro! Você sentira o tremor de suas pernas

bambas, Seus passos ficarão pequenos seu fôlego

encurtarão abafando no peito, o grito de externo

amores. Não se avexe com seu dia... Acabo de outros

e outros dias, e nos dias vindouros, todas a fibras

por você ingeridas hoje, em segundos... Se tornarão

a ti, elixir do seu terrível veneno.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 20/10/2017
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