O poeta

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A vida do poeta tem um sei que de fantasia.

O poeta – em poesia – assemelha-se a um barco à deriva:

Percebe a imensidão na qual está imerso

E, mesmo assim, sorri e chora com maestria.

Pequenino – ponto destoante no imenso azul: céu ou mar?

Não se de todo apavora e brinca com a situação:

Canta, assobia... Sentindo a brisa que sopra sem parar.

E, silencioso, recolhe impressões digitais

[ do inesperado infortúnio.

Apresentando, após, aos turbulentos amantes

Faces lúdicas – a seu estilo – daquilo que todos sentem: o amor.

Do mar, a imensidão

É o ponto, a embarcação;

Na vida, a poesia

É o ínfimo, o poeta.

Tem, o poeta, o dom incomum

De a todos amar igualmente.

Imiscui-se no alheio sofrimento e,

De toda mulher, embriaga-se com a voz, velando-a

[ a cada meneio.

Em cada viagem, uma história, há.

Em cada poesia, uma emoção.

Vidas perdidas a cada naufrágio.

A cada ponto que se faz verbo, refletidas emoções.

O poeta é o sol, no imenso azul, a se pôr:

Fonte do calor – energia – que se converte em poesia,

[ é o próprio amor.