Dentro do peito
Nestes tempos que dão calafrio
Que o peito dói, que a lágrima arde
Que a gente pensa na liberdade
E nos mais fracos do combate
Que só lutam por igualdade
O que fazer contra a maldade.
Quem agora se diz do bem
Quer matar e dizer amém
Banir os que nada tem.
Temos que ter esperança
Que somos ainda crianças
Que os olhos ainda brilham
Por um mundo mais amigo
Que entenda a imperfeição
A brincadeira, a canção,
A molecagem, a pirraça,
A fantasia e a cachaça
Os escritos, o arrepio
E o coração aflito
Sem achar que isso é perigo
Viver é misterioso
A arte é sempre um abrigo.