Enforcamento
Vai assim a minha luta calada,
Como pecador ao pé do altar,
A reza profana da dor curada,
Doando as prendas a se pagar.
Engasgo com a própria saliva,
Esmago ao engolir, a traqueia,
O golpe no rosto sem esquiva,
Os últimos aplausos da plateia.
Vai no gesto do não ou do sim,
Do rosto vermelho e enforcado,
O pedido único liberado a mim,
Foi o urro, um adeus mal dado.
Vai assim a minha luta calada,
Como pecador ao pé do altar,
A reza profana da dor curada,
Doando as prendas a se pagar.
Engasgo com a própria saliva,
Esmago ao engolir, a traqueia,
O golpe no rosto sem esquiva,
Os últimos aplausos da plateia.
Vai no gesto do não ou do sim,
Do rosto vermelho e enforcado,
O pedido único liberado a mim,
Foi o urro, um adeus mal dado.