Enforcamento
 
Vai assim a minha luta calada,
Como pecador ao pé do altar,
A reza profana da dor curada,
Doando as prendas a se pagar.
 
Engasgo com a própria saliva,
Esmago ao engolir, a traqueia,
O golpe no rosto sem esquiva,
Os últimos aplausos da plateia.
 
Vai no gesto do não ou do sim,
Do rosto vermelho e enforcado,
O pedido único liberado a mim,
Foi o urro, um adeus mal dado.

 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 15/10/2017
Código do texto: T6143010
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