A NATUS ERROR (nascido por engano)
Do imprevisível coito, ao parto atípico,
A dor brotou cruenta, aguda, e forte
E nem sequer, surgiu do meio , o aporte
De invalidar o odor, grotesco e típico.
Ao exalar, do podre cancro, ativo,
As chagas, do nascer, atordoado
A dita herança, surge do pecado,
Do tal passado incôndito e reativo.
E se a lembrança vem, renasce crua,
Nas dores ressentidas, de um amor,
Intransigente, aflito e sem pudor;
Que amargurado assim, no peito encrua.
A inflexível dor, tortura e estraga,
Rasga a ferida bruta, em outras mais,
Contagiando os órgãos, mais vitais
E o sofrimento, é viva e tenra chaga.
Ora pensante, num futuro amargo,
Ideias tolas, vêm, aos borbotões,
Pensa que a morte, traz as soluções;
E se aprofunda no mortal letargo.
Destarte, seja assim, o tal princípio,
E toda a angústia, agora se compraza,
Da última morada à outra casa,
Não seja o fim... Nem seja um podre efípio.
Essa neurose toda, espanta e fere,
E os dias vão chegando entediantes...
No cérebro inquieto, os tais instantes,
Surgindo tons sombrios. Ao que infere,
Um parto errante, causa do sofrer;
Segredos frios, brutos, maculados,
Surgindo impuro, inato; incalculados,
Brotando fruto, pútrido, ao nascer.
Ó cega dor, que aflige o dito olhar,
Que seja a luz que agrada em refrigério,
A via que se abre ao cemitério,
A porta-voz, a quem, puder falar...
_ Seja o futuro, tenro, em novas guias,
Quiçá, a nova história, envolva-vos;
“Um parto bom, com novo intento” , nos
365 dias.
Interação ao magnífico poema FILOSOFIA DE UM PARTO, do exímio
POETA CARIOCA. Veja link abaixo:
http://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/6136084
xxxxx
Interação do exímio POETA CARIOCA. Grata!
GENEALOGIA FILOSÓFICA
E desta forma hedionda o pus fetal
Anuncia a chegada, a espécie humana
Que vem para guerrear na era mundana,
Entre chuvas e nuvens de metal!
Corre a água do óvulo infeliz quebrado
Que forma o mar e rios parturientes...
É no sofrer de amebas convenientes
Que multiplica túmulos inchados!
Ainda assim, quem de longe espia a dor
Não há de ter nenhum magro pudor
Na solidariedade, pois, lacônica
Mui fortaleceria em semelhança
A igualdade pactual desde criança
Neste planeta de Sui bolha harmônica!
(Um presente do presente, grandiosíssima Aila Brito!)
Muita paz e avante, poetisa!!
OBRIGADÍSSIMA, POETA!!!