Mordida
Meus dentes que mordem a vida,
Cortam a fatia louca de croissant,
Causam dor ao veredito previsto,
E entardecem as horas da manhã.
Meus dentes canibais do espelho,
Sangram a autonomia da imagem,
Refletem no marfim já descorado,
As grades da minha carceragem.
Meus dentes em facas cortantes,
Invadem o dia intocável, pela pele,
Rompem as veias velhas de antes,
E mancham o depois de vermelho.
Meus dentes que mordem a vida,
Cortam a fatia louca de croissant,
Causam dor ao veredito previsto,
E entardecem as horas da manhã.
Meus dentes canibais do espelho,
Sangram a autonomia da imagem,
Refletem no marfim já descorado,
As grades da minha carceragem.
Meus dentes em facas cortantes,
Invadem o dia intocável, pela pele,
Rompem as veias velhas de antes,
E mancham o depois de vermelho.