SAUDADE VIVA
A tarde morre tristonha e languidamente
enquanto a noite se aconchega mansamente
na imensidão inda esmaltada de rubi...
Dentro do peito o coração em desalinho
vai se esvaindo entre lágrimas, sozinho,
carpindo as dores de um passado que vivi...
A paisagem é uma pintura sideral,
é obra-prima de um amor transcendental
que há milênios foi pintado noutra estância!
E o murmurar da doce brisa na folhagem
traz-me de volta, num soprar, a tua imagem.
que no instante estaca o tempo e a distancia!
Na penedia escuto um grito a me chamar,
mas me dou conta de que apenas ouço o mar
a me bramir esta saudade secular!
E as brancas ondas espocando no rochedo,
são como dor batendo n!alma num segredo,
que tanto amor não me permite revelar!