Ronda Macabra
 
A morte ronda e faço um acordo,
Levanto a voz a declamar o verso,
Mostro-lhe que vivo, ainda mordo,
Que o lobo bom virou o perverso.
 
A morte ronda e traço um projeto,
Ponho cheiro na rosa, cor no céu,
Derreto meu aço, cubro meu teto,
Do sal do mar faço ondas de mel.
 
A morte ronda e roubo meus dias,
Invisto segundos e retiro em anos,
Recalibro noites que estão vazias,
Marco acertos, conserto enganos.
 
A morte ronda e risco minha cara,
Fixo a liberdade presa da criança,
Reedito no passado que mascara,
Que solta e prende na esperança.
 

 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 11/10/2017
Reeditado em 11/10/2017
Código do texto: T6139251
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