Sinfonia nas Mãos
Cristaliza , segue da batuta aos céus
modulando tons da alma
levada pelo vento, vagueando em ondas
arremessada em delírios ao mar aberto.
O ruído isolado de cada nota
concreto após o contorno do silêncio
deságua partituras do papel
desvendando sendas, lacunas,
pedaços de memórias.
A chuva acompanha a canção
a noite sonha luas e estrelas
de um oceano a outro oceano
flutua e entoa o que regem as mãos.
Veredas despem ,deslizam, amortecem
a cada atropelamento do sangue ,
pegadas de saudades.
Os olhos cerram preservando
palavras guardadas
destiladas nas asas da madrugada
enquanto a sinfonia abre novas trilhas.
Os solfejos escalam o sono
tranqüilizando o pensamento imóvel
anunciando a solidão
como uma folha calma pousa no chão .