Sinfonia nas Mãos

Cristaliza , segue da batuta aos céus

modulando tons da alma

levada pelo vento, vagueando em ondas

arremessada em delírios ao mar aberto.

O ruído isolado de cada nota

concreto após o contorno do silêncio

deságua partituras do papel

desvendando sendas, lacunas,

pedaços de memórias.

A chuva acompanha a canção

a noite sonha luas e estrelas

de um oceano a outro oceano

flutua e entoa o que regem as mãos.

Veredas despem ,deslizam, amortecem

a cada atropelamento do sangue ,

pegadas de saudades.

Os olhos cerram preservando

palavras guardadas

destiladas nas asas da madrugada

enquanto a sinfonia abre novas trilhas.

Os solfejos escalam o sono

tranqüilizando o pensamento imóvel

anunciando a solidão

como uma folha calma pousa no chão .

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 19/08/2007
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