Os filhos da Terra
 

Vejo na diversidade o canto da raça
Que forma e deforma a fome antiga
Conheço vidas de todas as cores
Em espaços de poucos donos
 
Filhos famintos de paz amor e fome
Que fica na social estampa de um quadro
Aquarelado pela desigualdade de um povo
Em pleno desamparo democrático solitário e triste
 
Tudo desigual na cor da terra desejada
Quase aparente na fala da voz nua
Da terra seca e desidratada pela chuva sem água
Muito igual é a pobreza de tantos
 
Tirando da pele a dignidade sem ser vida
Tendo como pano de fundo o fundo verde
Da floresta azul do mar com o sorriso vazio
Nos dentes quebrados de um corpo frágil
 
O que importa é a fantasia de não ter fome
No descaso da fraternidade do Deus querer
Ajudando aos fracos com a fé dos olhos cegos
Esperando o direito sofrido vivido e vago
 
Em cada lar em cada alma e em cada cor
Na fome da voz no olhar e na dor íntima
Pela vida contínua de direitos desiguais
Para os filhos da Terra Brasil




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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 08/10/2017
Reeditado em 11/01/2018
Código do texto: T6136589
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