BERÇO DE POEIRA

Clamam as auréolas

Enquanto tremem os ossos

Os sinos repicam

O som corta a alma,

O tempo, as asas.

Os passos tombam

No meio da caminhada

Estirado o corpo

É cruz, sinal do abatido

Que bebe o próprio suor

Para tentar se reerguer

E avançar além da miséria

Do berço de poeira.